sexta-feira, 1 de julho de 2011

Enquanto isso, na CMP...


Enquanto no liceu Pedro Gomes decorria o último dia de campanha de castração/ desparasitação, na manhã de sexta-feira a Câmara Municipal da Praia recebia um grupo de pessoas amigas dos animais para debater o problema do abandono e apontar soluções.

Ponto positivo para o presidente Ulisses Correia e Silva, que criticou os que são donos de cães mas deixam-nos a viver na rua. Finalmente alguém diz com todas as letras que isso não é ser dono. Quem quer bicho tem de tê-lo dentro de casa, evitando que adoeça, que se reproduza à toa, que faça barulho e mexa no lixo, disse o presidente. Enfim, amando-o, digo eu.

A representante da Associação Bons Amigos, Débora Carvalho, recordou que se as campanhas de envenenamento de cães fossem eficientes, há muito que praticamente não haveria cães pelas ruas. O problema, frisou, é que eles se reproduzem rapidamente, e num ano uma população com vida sexual activa pode triplicar.

Estima-se que a Praia tenha cerca de 20 mil cães e 10 mil gatos, foi revelado durante o workshop promovido pela Bons Amigos, CMP e universidade Única.

O representante da Bons Amigos na Áustria, Herwig Zach, apresentou o projecto de trabalho da associação na Praia, salientando que o objectivo é ter "uma população canina menor mas com mais saúde". Para ajudar a atingir essa meta, a embaixada do Luxemburgo acaba de oferecer à associação equipamento para cirurgias (mesa e iluminação).

Na sua intervenção, o veterinário e professor universitário Edwin Pile falou dos paradigmas que norteiam a saúde pública e a inserção da medicina veterinária nesse contexto.

O paradigma curativista, referiu, hoje ultrapassado, só leva em conta o tratamento quando há doença. "Isso é bom para ganhar dinheiro mas não para a saúde pública".

O paradigma higienista é aquele que diz: "Está doente? Vamos matar!".

Hoje em dia, o paradigma é outro (ou deve ser!), devemos ter uma visão social da saúde, uma visão holística, em que a prevenção é a palavra-chave. A universidade tem um papel nesse contexto, defendeu o Prof. Pile, que é docente na Uni-CV e na Única.


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