quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Happy end para Bettina



Esta é Bettina, que ganhou este nome ao mesmo tempo em que ganhou uma família.

A cachorrinha estava perdida pelas ruas do Palmarejo, suja, com fome, sem coleira – numa palavra, abandonada.

Um dia, na sua caminhada diária, a nova dona, Natacha, encontrou-a e sem hesitar adoptou-a. O seu filho, Ricardo, agradece, pois ganhou uma grande amiga.

Tchota

No aeroporto da ilha do Sal, este pardal é o dono do pedaço. Não sei se é só um ou se são vários, mas o facto é que ele(s) estão por todo lado, em voos rasantes, a cantar, bicando migalhas em baixo – e em cima também – das mesas do café-restaurante, sem medo da proximidade das pessoas. Ninguém fica indiferente. E ajuda a passar o tempo enquanto se espera a hora do voo.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Amor

Pingui & Pinguinho.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Até parece mentira...

Embora às vezes circule a notícia de que mais uma matança de animais vai ser realizada pela Câmara Municipal – como aliás é o hábito das câmaras, para conter a proliferação de animais abandonados, como se em Cabo Verde nunca se tivesse ouvido falar em castração, e que há entidades a fazer isso gratuitamente –, dizia, embora no Sal também seja assim, é verdade que nesta ilha encontrei alguns exemplos de bons tratos aos animais. Em dois hotéis.

No Porto Antigo, uma mãe e sua ninhada viviam, em Dezembro último, num canteiro de plantas, em convívio amistoso com funcionários e hóspedes – e isso vê-se pelo facto de não terem medo, quando nos aproximamos.

Outro exemplo, este com muito charme, é no complexo Riu Funaná/Riu Garoupa, onde plaquinhas indicam “Cats Café”. Ao segui-las, damos com um prato de comida e água, onde os felinos residentes se abastecem à vontade.

Algo verdadeiramente exótico para os padrões de Cabo Verde, e que não está ali por acaso nem é feito de forma inocente. Encanta os turistas, é sinal de respeito pela natureza e, claro, os gatos, mesmo quando alimentados, caçam insectos.

Pena que tal bom exemplo só seja visto pelas crianças que vêm de fora, pois as de cá bem precisam de bons exemplos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Eles precisam de ajuda...

E estão conseguindo. Animais com ou sem dono têm no casal Sílvia e Paolo, italianos residentes no Mindelo há cerca de uma década, verdadeiros amigos. Eles fundaram a associação SIMABÔ, cujo objectivo é não só tratar animais doentes e fazer castração para que não se reproduzam à toa, mas sobretudo sensibilizar as pessoas para que os respeitem, fazê-las pensar que, para eles, bichos, a vida é como para nós, com dores ou alegrias, saúde e doença. Outro objectivo importante da associação SIMABÔ é arranjar donos para os animais, depois de tratados. Donos responsáveis, claro.


Seja na sede da associação, seja em sua própria casa, onde acolhem mais de uma dezena de gatos e alguns cães, entre convalescentes e saudáveis, Sílvia Punzo e o marido mostram que realmente amam os animais.
Na sua luta para lhes dar uma vida sem tanto sofrimento, têm conseguido apoios vários. Com frequência recebem veterinários italianos que vêm como voluntários passar temporadas a trabalhar na SIMABÔ. E algumas empresas têm colaborado também, de forma significativa. Basta ver os logos no blog da associação: http://simabo.wordpress.com/


Voltaremos a falar da SIMABO outras vezes, para já ficamos com duas imagens que mostram um pouco desse trabalho.
O gato, cego devido a infecção por clamídia (que além de doença sexualmente transmissível também é causadora de uma infecção nos olhos), veio para ser tratado e, naturalmente, passou a viver com os seus protectores. Segundo a dona, depois de se habituar ao espaço doméstico, faz absolutamente tudo o que os outros gatos da casa fazem. O cãozinho encontrei internado na SIMABÔ em fins de Dezembro. A esta hora, já deve estar curado.






quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Poderia começar com os meus gatos, que fotos deles não faltam, mas será uma cabra a inaugurar o blog. Porque, ainda que muitos queiram pôr a tartaruga como símbolo de Cabo Verde, porque é mais in, nestes tempos ecologicamente correctos, o facto é que os caprinos têm muito mais a ver com a história e o dia-a-dia desta terra. E por mais que lhe atirem a culpa de boa parte da devastação vegetal de que Cabo Verde foi padecendo ao longo do tempo, a verdade é que, nestas condições de relevo, clima, solo, etc., quem senão a cabra para conseguir se adaptar tão bem? Reconheçamos, ela é um símbolo de resistência, tal como muitas vezes se diz do homem cabo-verdiano.

E como me está ainda fresca a leitura do novo livro de Dina Salústio, fica um trecho a falar da cabra (Filhas do Vento, p. 64). Não vou explicar o contexto, quem quiser que leia o livro, mas a certa altura pela primeira vez alguém pronunciou tal palavra.

“…Cabra? O que é que significaria? Uma promessa, um elogio? Ou seria uma ameaça?

(…)

Com receio que a palavra desconhecida estivesse carregada de desgraças os moradores apressaram-se a espantar os mau-olhados, cada um do modo que sabia.”

Foi no meio dessas providências, lê-se no romance, que viram “… parada no alto do monte, chamado Figa Canhota, uma figura desconhecida, elegante, cabeça erguida, a cheirar o vento.

– Quem terá gritado o meu nome neste sítio tão estranho? As orelhas da criatura tremiam excitadas ao mesmo tempo que fazia projectos de fugir e voltar ao seu monte de origem, mais lá para o norte, ao seu pasto ideal, ao seu querer roubado.

– Um dia, eu vou – disse, sossegando a coragem e o desejo de partir. – Soltou um berro.”