Votos para 2013

Que a imagem da D. Antónia, cidadã cabo-verdiana residente no Palmarejo, que ama os seus cães, inspire outras pessoas para que em 2013 haja menos animais abandonados,

- para que haja mais pessoas que os amem, respeitem e protejam,

- para que haja mais voluntários que apoiem as associações protectoras dos animais,

- para que as campanhas de castração e desparasitação continuem em força,

- para que as autoridades comecem a dar valor a esse trabalho e apoiem as associações que estão no terreno a trabalhar, assim como algumas empresas e cidadãos individualmente, de Cabo Verde e do estrangeiro,vêm apoiando,

- para que as pessoas incomodadas com os cães de rua compreendam que a culpa de existirem, e em tão grande número, não é deles mas sim dos seres ditos racionais,

- para que compreendam que matar os animais não resolve o problema pois a reprodução repõe em poucos meses os abatidos,

- para que os bichos de Cabo Verde tenham um ano melhor que os anteriores, e as pessoas também, afinal, estamos sempre juntos neste habitat que são as nossas cidades.

Feliz 2013.

Os mais lindos bichos de Cabo Verde - II

Os mais lindos bichos de Cabo Verde

Quem pode imaginar que a vida deles esteve por um fio? Sobreviventes da negligência humana, agora enfeitam o escritório da Si Ma Bô com a sua beleza e as suas brincadeiras, causando inveja a qualquer um que goste de gatos. Não são irmãos, vieram cada um de um lado, ambos feridos. Agora aí estão, sãos e salvos, a esbanjar tons de amarelo. 

Habitat, o filme dos bichos da Praia

O curta-metragem "Habitat" pode ser visto aqui: Habitat, no âmbito do festival Ecometrages (Dakar).

Argumento, realização, produção e fotografia:

Gláucia Nogueira

Edição:

César Schofield

Locução: 

Emerson Pimentel

Sinopse:

Animais que têm na cidade da Praia o seu habitat: domésticos ou silvestres, de estimação ou de pecuária, com ou sem dono. Cruzam-se pelas ruas da cidade tentando sobreviver. Em busca de comida, diferentes espécies frequentam os mesmos montes de lixo. Crescem e multiplicam-se, perpetuando a vida como só os mais resistentes conseguem, face a fome e sede, dor e doença, abandono e indiferença.

Cãominhada Bons Amigos foi um sucesso

A encerrar um mês de campanha de castração (com mais de 600 animais operados, entre cães e gatos, machos e fêmeas), desparasitação e muita vontade de sensibilizar as pessoas para tratarem bem os seus animais, a Associação Bons Amigos promoveu este domingo, dia 4 de Novembro, a sua primeira Cãominhada, na cidade da Praia. 

Foi um sucesso em termos de adesão, com mutitos donos orgulhosos dos seus lindos bichos, entre grandes e pequenos, de raça e viralatas, peludos e de pelo curto, de todas a cores e feitios. 

A cãominhada começou em frente à Electra, percorreu a marginal até a rotunda de Lém-Ferreira e subiu a rampa por trás do hospital. Chegaram ao Plateau todos com a língua de fora, donos e bichos, mas contentes, e durante todo o percurso houve água à vontade para quem quisesse. 

Na Pracinha da Escola Grande, estava montado um palco para o desfile de cada candidato ao concurso de beleza canina, que reuniu cerca de 30 animais inscritos. Veja mais informações na página da Bons Amigos no FB. Aqui, ficam alguns momentos do passeio, que foi um momento de convívio especial e divertido tanto para os cães como para as pessoas. Para o próximo ano, a associação garante que tem mais. 

O encontro foi uma oportunidade para mostrar alguns cães que aguardam adopção, depois de tratados e castrados. E também ocasião para receber doações e inscrições de novos associados. Porque para este tipo de trabalho, ajuda nunca é demais. 

Quanto a nós, Bichos de Cabo Verde, vemos que afinal temos bons amigos. Obrigado!

Domingo, dia 4: cãominhada e concurso de beleza. Participe!

Bichos com amor - V (Praia)

Quem levou o seu animal para desparasitar ou para castrar na campanha da Bons Amigos mostrou que ama de verdade o seu bicho. São muitos os adultos e crianças que se deslocam todos dias até a Escola de Polícia para buscar tratamento para o seu melhor amigo.

Até o fim do mês pretende-se atingir 600 castrações.

Campanha Bons Amigos - III

Enquanto no canil acontecem as operações, o interior da tenda é o local para as desparasitações e outros medicamentos.   

Os colaboradores da Bons Amigos não paravam um minuto, a coordenar, limpar, medicar, operar e outros trabalhos de apoio. Foi um dia cheio!










E a comunicação social não deixou de estar atenta à esta actividade, documentando todos os pormenores.

Campanha Bons Amigos - II

A solidariedade é para todos. Prevista para atender cães e gatos, ministrando antiparasitas e fazendo castrações, a campanha da Associação Bons Amigos acabou por atender outras espécies neste sábado. Como uma cabra em trabalho de parto complicado, que teve de ser submetida a uma cesariana. Por sorte estavam lá de visita os Veterinários sem Fronteiras, que se ocuparam da cirurgia. 

E um filhote de cão que alguém achou num caixote de lixo acabou por receber todos os mimos possíveis. Esta manhã, até um macaquinho entrou na fila, para tomar a sua dose de desparasitante. 

Campanha Bons Amigos - 165 cães castrados na 1ª semana

A campanha de cuidados e castração que a Associação Bons Amigos está a promover na Praia vai de vento em popa. Nos primeiros sete dias, 165 cães foram castrados, numa média de 22 por dia.

Ficam aqui algumas imagens da manhã deste sábado, 13 de Outubro, que mostram a animação que ia na zona da Escola de Polícia Daniel Monteiro, que cedeu as instalações do seu canil para a realização desta actividade.

Grandes e pequenos, cães e gatos, sarnentos e saudáveis, velhos e bebés, todos os caminhos iam dar à campanha da Bons Amigos.

9 da manhã: enquanto a fila aumenta lá fora, a equipa se prepara para dar início às operações.

As visitantes

A espécie garça boieira, ou garça vaqueira (Bubulcus ibis), escolheu este ano, na sua rota migratória, as árvores localizadas na Polo Educativo de Calabaceira, na Praia, para se reproduzir. São cerca de 600 ninhos, segundo cálculos do director da escola, Domingos Varela. De manhã, muitas delas partem para o campo, em busca de alimento, deixando parte do grupo a cuidar das crias. No fim da tarde, regressam.

Este tipo de garça toma cores amareladas em certas partes do corpo no período do acasalamento. É diferente da garça que fica na orla do mar. Seu nome vem do facto de que costumam acompanhar o gado, pois alimentam-se dos seus parasitas e também de insectos que se encontram no solo e são desalojados pelas vacas na sua caminhada.

Apesar da sujeira que produzem, que obrigou a escola a contratar equipas de limpeza que estão lá de manhã e à tarde, é um espectáculo bonito de se ver, e tem servido para mostrar aos estudantes um fenómeno da natureza que tem de ser respeitado.

Falaram de nós! Workshop Bons Amigos na Praia – III

Na sua intervenção no workshop da Bons Amigos, a bióloga e ambientalista Sónia Araújo explicou aos presentes as razões concretas e racionais pelas quais devemos proteger a natureza.

Em suma, é porque dependemos dela, não é por razões sentimentais, como muita gente pensa.

O estudo científico de diferentes espécies – de um sapo numa floresta ou conchas do mar ao urso polar – traz sempre conhecimentos que irão beneficiar o ser humano, explicou a especialista. Em particular na produção de medicamentos ou na compreensão de fenómenos que ocorrem no nosso organismo, e esse conhecimento servirá para encontrar soluções para muitas doenças. Foi uma verdadeira aula de biologia, muito útil para todos os estudantes do liceu que lá estavam, mas também para os outros, já que saber não ocupa lugar.

O evento foi também ocasião para a anteestreia do filme “Habitat” - http://www.habitatbichos.blogspot.com/  - , sobre ao animais que povoam as ruas da Praia. Trata-se de um curta-metragem da jornalista Gláucia Nogueira, que falou também como colaboradora voluntária da Associação Si Ma Bô, de S. Vicente, contando um pouco da história desta entidade.    

Entre as intervenções dos presentes, destacou-se o relato doloroso feito por um amigo dos animais sobre um atropelamento a que assistiu e a indiferença de toda a gente ao redor. Enfim, é o dia-a-dia dos Bichos de Cabo Verde. Mas ainda bem que há quem se indigne e nos trate com ética e respeito. 

Obrigado Bons Amigos e a todos os que mostraram ser nossos amigos! 

Falaram de nós! Workshop Bons Amigos na Praia – II

Aspecto importantíssimo abordado no Workshop da Associação Bons Amigos foi a questão legal. O Dr. Patrício Varela, magistrado do Ministério Público, mostrou aos presentes o quão desamparados estamos, nós, Bichos de Cabo Verde, em Cabo Verde.  O tema foi: 

“O abandono, os maus tratos e a morte dos animais em Cabo Verde - um costume que é crime?”

Pois bem, ficamos a saber que não é crime coisa nenhuma, que podem nos bater e matar à vontade que não acontece nada ao malfeitor, porque nós, Bichos de Cabo Verde, somos simples “coisas”. À luz da legislação em vigor não há nenhuma forma de punição para quem maltratar um animal.

O Dr. Varela informou que, ainda assim, há duas formas de protecção. Por exemplo, se alguém partir a perna a um cão, o seu dono pode processar o agressor, com base na figura jurídica do “dano”, ou seja, danificou uma coisa de alguém. Mas isso, só se for provado que foi intencional, “doloso”, pois se se tratar de mera negligência, o agressor não é punido.

 E o cão, o que acontece? Fica com a perna partida na maior parte das vezes, como bem sabemos, sem receber qualquer socorro. Bem, mas isto é outra história. Ainda sobre a comunicação do magistrado, ele refere que outra possibilidade de protecção aos animais é invocar o crime ambiental. Bem, mas isso já sabemos como é. Se as próprias tartarugas que são tão bem defendidas continuam a morrer pelas praias, imaginem nós, cães de rua, que somos invisíveis para quem passa à nossa frente todos os dias.

O Dr. Varela referiu países onde há grandes avanços na defesa dos animais, como o Brasil, a Alemanha e o Equador. Débora Carvalho, da Bons Amigos, lembrou que Cabo Verde, na sua próxima revisão constitucional deverá reflectir esta preocupação que agora surge na sociedade.

Nós, Bichos de Cabo Verde, não somos assim tão invisíveis, há associações que nos defendem, a própria OMS está do nosso lado, juristas amigos estão dispostos a trabalhar para mudar essa situação.

Olha para mim, eu estou aqui!

Falaram de nós! Workshop Bons Amigos na Praia

Nós, Bichos de Cabo Verde estamos contentes e saudamos a Bons Amigos pelo workshop organizado ontem na Biblioteca Nacional, com muitas informações importantes que foram transmitidas, em especial ao grande grupo de estudantes que encheu a sala. O director do liceu da Várzea está de parabéns por promover a sensibilização e informação dos alunos.

Importantes instituições estiveram presentes: destaque para as Nações Unidas, com a sua representante máxima em Cabo Verde, Petra Lanz, e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Andriamahefazaf Barryson, representante em Cabo Verde desta entidade que coordena as questões ligadas à saúde em todo o mundo, pôs o foco no conceito de saúde única (one health), o que quer dizer que, sendo os animais inseparáveis do ser humano, o estado de saúde de um irá necessariamente afectar a do outro.

 Na perspectiva da saúde única, Barryson indicou as quatro áreas que influenciam a situação da sanitária num determinado território: o ambiente, as questões sociais, o aspecto económico e os comportamentos. Recordou ainda os benefícios que a interacção com os animais traz ao ser humano, segundo vários estudos científicos: esses benefícios têm a ver tanto com a saúde mental como com a saúde física.

A OMS, recorde-se, recomenda que o controle das populações de animais seja feito por meio da esterilização, e nunca do abate. É justamente para que o método correcto seja implantando a 100% em Cabo Verde que se batem associações como a Bons Amigos e a Si Ma Bô.  Estamos felizes em saber que a OMS está do nosso lado.

Ausências dignas de nota foram as das autoridades nacionais, que no workshop do ano passado estiveram em destaque, dizendo coisas bonitas. Desta vez, nem do governo nem da Câmara Municipal da Praia houve representantes. Será que já esqueceram de nós? 

Nós continuamos aqui! Não votamos, mas os nossos donos conscientes e os nossos bons amigos sim! Nas próximas eleições, reflicta: "O que o seu candidato propõe para a saúde e os direitos dos animais?"

Bons Amigos promove workshop na Praia

Bons amigos promove workshop na Praia

Bichos sem amor - II (Palmarejo, Praia)

Dia-a-dia, à nossa porta. 

Bichos com amor - IV (em S. Filipe - ilha do Fogo)

Esta é Laika, linda mestiça de rottweiller com pastor belga, que Fausto do Rosário e família cuidam desde bebé. Da maneira como deve ser: com amor.  

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Mande uma foto do seu bicho para aparecer aqui: bichosdecv@sapo.cv

A varanda da morte lenta

Cabo Verde é um país triste e sem qualquer morabeza.

É só o que consigo pensar quando há três dias um pequeno cão está preso numa varanda de 50 cm de largura, tendo de um lado portas de vidro e do outro persianas de alumínio que recebem todo o sol da tarde. Ou seja, uma estufa. Com o calor que tem feito na cidade da Praia estes dias...

 Desde sexta-feira ouço seus gemidos, cada vez mais fracos. Deve estar a morrer, se não for de fome, sede e desidratação, de depressão. Provavelmente, quando os donos regressarem do fim de semana, após mais de 48 horas na estufa, encontrarão o cadáver.

E tenho de ouvir essa morte lenta pois fica bem do lado do meu apartamento. A quem denunciar tal coisa em Cabo Verde? Além dos direitos humanos não será hora de criar uma comissão dos deveres humanos? 

Quem faz isso com um bicho indefeso é capaz de fazer com uma criança, com um idoso, com um deficiente físico, com qualquer ser sob a tutela de alguém e não tendo como se livrar dela.

Há monstros à solta nesta cidade. É horrível saber que se está tão perto deles.

S. Vicente também tem campo da morte lenta

Depois de alguns meses inactivo, Bichos de Cabo Verde ressurge mas por uma notícia triste e grave, que não dá para não partilhar: em S. Vicente, animais de rua que a Câmara Municipal recolhera alegadamente para fazer eutanásia, porque consta que pelo Código de Posturas Municipais é proibido haver cães de rua na cidade, então, esses cães, acabaram por não ser sequer eutanasiados, estão simplesmente a morrer à míngua, de fome e sede, debaixo do sol, porque ninguém se dá sequer ao trabalho de ir lá matá-los.

As fotos falam por si.

Será que alguém em S. Vicente ou em qualquer lado é capaz de se indignar?